Páginas

domingo, 12 de dezembro de 2010

AS ERVAS PERTENCENTES AOS ORIXÁS

CONHECIMENTOS SOBRE AS ERVAS E SUAS UTILIDADES



CONHECIMENTOS COMPLETOS SOBRE AS ERVAS DOS ORIXÁS E SUA UTILIDADES

Alecrim de Caboclo: Erva de Oxalá, porém mais exigido nas obrigações de Oxóssi. Não possui uso na medicina popular.

Alecrim de Tabuleiro: Erva empregada nas obrigações, nos abô e é um maravilhoso afugentador de larvas astrais, razão pela qual deve-se usá-lo nos defumadores, quer das casas de culto. Não possui uso na medicina popular.

Alecrim do Campo: Seu uso se restringe a banhos de limpeza. É muito usado nas defumações de terreiros de Umbanda. Em seu uso medicinal resolve o reumatismo, aplicado em banhos.

Angélica: Tem emprego ritualístico muito reduzido. Sua flor espanta influências malignas e neutraliza a emissão de ondas negativas. É aplicado na magia do amor, propiciando ligações amorosas. A flor também é usada como ornamento e dá-se de presente na vibração do que quer. Não possui uso na medicina popular.

Funcho: Empregada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e em banhos de limpeza. Usa-se, do mesmo modo, para tirar mão de Zumbi. O povo dá-lhe bastante prestígio como excitante e para as mulheres aumentarem a secreção de leite. Eficaz na liberação de gases intestinais, cólicas, diarréias, vômitos. É usado no tratamento dos males aqui referidos quando se trata de crianças.

Araçá: As folhas são aplicadas em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô. Usada de igual sorte nos banhos de purificação. O povo indica esta espécie como um energético adstringente. Cura desarranjos intestinais e põe fim às cólicas. Usam-se folhas e cascas em cozimento.

Barba de Velho: Aplicadas em todas as obrigações de cabeça referentes a qualquer orixá. Usa-se também após as defumações pessoais feitas após o banho. A medicina caseira indica seu uso tópico no combate às hemorróidas.

Baunilha verdadeira: Aplicada nas obrigações de cabeça e na tiragem de Zumbi. A medicina popular indica esta erva no restabelecimento do fluxo menstrual. São usadas folhas e caule, em chá. Debela as hipocondria, as tristezas e é energético afrodisíaco. É preconizada para pôr fim à esterilidade.

Calistemo Fênico: É uma extraordinária mirtácea que entra em qualquer obrigação de cabeça, ebori, feitura de santo, lavagem de contas, tiragem de Zumbi ou tiragem da mão de cabeça. Medicinalmente é usada em doenças do aparelho respiratório, bronquites, asma e tosses rebeldes. Aplica-se o chá.

Camélia: Vegetal muito usado na magia amorosa. É captadora de fluidos positivos, a flor. Usada, aproxima uso na medicina popular.

Camomila Marcela: Sua aplicação é restrita nas obrigações ritualísticas. Usa-se, entretanto, nos banhos de descarrego e nos abô.

Carnaúba: Só tem aplicação em abô feito da folha, que basta para cobrir a cabeça e, depois, cobrir-se a cabeça durante doze horas, fugindo aos raios solares. É fortalecimento da aura e alimento da cabeça. A vela de cera de carnaúba é a melhor iluminação para o orixá.

Cinco Folhas: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de descarrego. A medicina caseira indica esta erva como eficaz depurativo do sangue.

Cipó-cravo: Não possui uso ritualístico. Na medicina caseira atua como debelador das dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e propicia um sono tranqüilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.

Colônia: Possui aplicação em todas as obrigações de cabeça. Indispensável nos abô e nos banhos de limpeza de filhos-de-santo. Aplicada, também, na tiragem de Zumbi, para o que se usa o sumo. Como remédio caseiro põe fim aos males do estômago. Usado como chá (pendão ou cacho floral).

Cravo da Índia: Utilizada em qualquer obrigação de cabeça, nos abô e nos abô de cabeça. De igual sorte, participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo tem-no como ótimo nos banhos aromáticos, o cozimento de suas folhas e cascas debelam a fadiga das pernas em banhos de assento.

Erva de Bicho: Usada em banhos de purificação de filhos-de-santo, quaisquer que sejam e que vão submeter-se a obrigações de santo ou feitura de santo. É positiva a limpeza que realiza e possante destruidora de fluidos negativos. O povo indica esta planta em cozimento (chá) a fim de curar afecções renais.

Espirradeira: Participa em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos abô de ori. A medicina do povo indica o suco dessa planta, em uso externo, contra a sarna e para pôr fim aos piolhos.

Estoraque Brasileiro: Sua resina é recolhida e reduzida a pó. Este pó, misturado com benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação destina-se a arrancar males. O povo aconselha o pó desta no tratamento das feridas rebeldes ou ulcerações, colocando o mesmo sobre as lesões.

Eucalipto Cidra: Empregado em todas as obrigações de cabeça, em banhos de descarrego ou limpeza de Zumbi. Na medicina caseira é usado nas afecções dos brônquios, em chá.

Eucalipto Murta: Empregado em todas as obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de limpeza. A medicina caseira indica-o nas febres e para suavizar dores. Recomendado também nas doenças do aparelho respiratório.

Fava de Tonca: A fava é usada nas cerimônias do ritual, o fruto é usado depois de ser reduzido a pó. Este pó é aplicado em defumações ou simplesmente espalhado no ambiente. Anula fluidos negativos, afugenta maus espíritos e destrói larvas astrais. Propicia proteção de amigos espirituais. Não possui uso na medicina popular.

Fava Pichuri: No ritual de Umbanda e Candomblé usa-se o fruto, a fava, que reduz a pó, o qual é aplicado espalhando-se no ambiente. Aplica-se, igualmente, em defumações que atraem bons fluidos. É afugentador de eguns e dissolvedor de ondas negativas, anulando larvas astrais.

Folha da Fortuna: É usada em todas as obrigações de cabeça, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abô de qualquer filho-de-santo. Na medicina popular é muito eficaz acelerando cicatrizações, contusões e escoriações, usando-se as folhas socadas sobre o ferimento.

Girassol: Tem aplicação no ritual. Usa-se nas obrigações de cabeça e nos abô e banhos de descarrego. Tem grande prestígio nas defumações, em face de ser anuladora de eguns e destruidora de larvas astrais. Nas defumações usam-se as folhas e nos banhos colocam-se, também, as pétalas das flores, colhidas antes do sol. Não possui uso na medicina popular.

Golfo de flor branca: Planta aplicada em obrigações de cabeça, ebori e banhos dos filhos de Oxalá. O povo indica suas raízes como adstringente e narcóticas, mas lavadas, debelam a disenteria e, as flores, as úlceras e leucorréia.

Guaco cheiroso: Aplica-se nas obrigações de cabeça e em banhos de limpeza. Popularmente, esta erva é conhecida como coração-de-Jesus. Medicinalmente, combate as tosses rebeldes e alivia bronquites agudas, usando-se o xarope. Como antiofídico (contra o veneno de cobra), usam-se as folhas socadas no local e, internamente, o chá forte.

Hortelã da horta: conhecida como hortelã de tempero e, deste modo, muito usada na culinária sagrada e na profana também. Entra nas obrigações de cabeça alusivas a qualquer orixá. Participa do abô dos filhos-de-santo. Popularmente é conhecido como eficiente debelador de tosses rebeldes; de bons efeitos nas bronquites é muito útil no tratamento da asma. É excitante e fortalecedor do estômago.

Jasmim do Cabo: Seu uso restringe-se ao adorno de pejis em jarra ladeando Oxalá. Não possui uso na medicina popular.

Laranjeira: As flores são aplicadas nas obrigações de ori. São também indicadas em banhos. Para o povo, o chá desta erva é um excelente calmante.

Lírio do Brejo: Usam-se as folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes como estomacal e expectorante.

Malva Cheirosa: Usada nas obrigações de cabeça, nos abô e banhos de purificação de filhos-de-santo. O povo a indica como desinflamado-ra nas afecções da boca e garganta. É emoliente, propiciando vir a furo os tumores da gengiva. Usa-se em bochechos e gargarejos.

Malva do Campo: Seu uso se restringe aos banhos descarrego e limpeza. Em seu uso popular possui o mesmo valor da malva cheirosa.

Mamona: Esta erva é muito utilizada como recipiente para se arriar ebó para Exu. Não possui uso na medicina popular.

Manjericão Miúdo: Usada na preparação de abô e nos banhos de purificação dos filhos a entrar em obrigações ou serem recolhidos. É considerado pela medicina caseira como excelente eliminador de gases.

Manjerona: Entra em todas as obrigações de ori, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abô. A medicina popular aplica-a como corretiva de excessos de excitações sexuais, abrandando os apetites do sexo.

Mastruço: Não possui aplicação em nenhuma cerimônia ritualística. Porém na medicina caseira é extraordinário tratamento das afecções pulmonares, nota-damente nas pleurisias secas ou com derrame. desta erva é usado o sumo, simples ou misturado com leite. Quantas vezes queira o doente.

Mil em Rama: Não possui uso ritualístico. É adstringente e aromática. Indicada em doenças do peito, hemorragias pulmonares e hemoptise.

Narciso dos Jardins: Esta erva é somente usada para o assentamento. A medicina caseira o tem como planta venenosa.

Noz de Cola: Erva indispensável nos banhos dos filhos de Oxalá. Para o banho, rala-se a semente, o obi, misturando-se com água de chuva. A medicina popular indica esta erva como tônico fortificante do coração. É alimento destacado em face de diminuir as perdas orgânicas, regulando o sistema nervoso.

Noz Moscada: Desta erva utiliza-se o pó em mistura com a canela também em pó. Isto feito, espalha-se no ambiente caseiro ou em lugar onde se exerce atividade, para melhoria das condições financeiras. É também usado como defumador. Não possui uso na medicina popular.

Patchuli: Erva usada em todas as obrigações de ori, ebori, feitura de santo, lavagem de contas e tiragem de Zumbi. É parte dos abô que se aplicam aos filhos-de-santo. A medicina popular indica o patchuli como possuidor de um principio ativo que é inseticida.

Poejo: Entra em todas as obrigações de ori de filhos-de-santo, quaisquer que sejam os orixás dos referidos filhos. Popularmente, atenua os males do aparelho respiratório aconselhando o uso do cozimento das folhas e ramos. Muito eficaz nas perturbações da digestão, usando-se o chá.

Rosa Branca: Participa de todas as obrigações de cabeça. Usa-se, inicialmente, na lavagem do ori, ato preparatório para feitura. O povo consagrou-a como laxativo branco e aplicável no tratamento da leucorréia (corrimento) sob forma de lavagens e chá ao mesmo tempo. Como laxativo, é aplicado o chá.

Saião: Entra em todas as obrigações de cabeça, quaisquer que sejam os filhos e os orixás. Utilizada também no sacrifício ritual. Medicinalmente, é utilizada para evitar a intolerância nas crianças. Dá-se misturado o sumo, com leite. Em qualquer contusão, socam-se as folhas e coloca-se sobre o machucado, protegido por algodão e gaze. Do pendão floral ou da flor prepara-se um excelente xarope que põe fim a tosses rebeldes e bronquites.

Sálvia: Suas folhas e flores são utilizadas nas obrigações de cabeça, nos abô e banhos de limpeza dos filhos dos orixás a que pertence. Usada pelo povo como tônico adstringente. Emprega-se em casos de suores profundos, com grande efeito positivo, contra as aftas e feridas atônicas da boca. É grande aperiente (desdobradora do apetite).

Sangue de Cristo: Emprega-se em ebori, lavagem de contas e feitura de santo, e usa-se nos abô dos filhos de Oxalá. É conhecido popularmente como adstringente e tônico geral. Usa-se o chá ou cozimento das folhas como contraveneno.

Umbu: Possui aplicação em todos os atos da liturgia afro-brasileira, ebori, abô, feitura de santo e lavagens de cabeça e de contas. Bastante usada com resultados positivos nos abô de ori e nos banhos de purificação. O povo utiliza suas cascas em cozimento, para lavagens dos olhos e para pôr fim às moléstias da córnea.

Amado Irmão, lembre-se que seu Pai ou Mãe no Santo, que devem confirmar estas ervas, com as ervas não devemos brincar, nem mesmo fazer uso das mesmas, sem termos conhecimento..


APRENDENDO SOBRE O POVO CIGANO



ESTAS SÃO ALGUNS CONHECIMENTOS SOBRE O POVO CIGANO


"Imagina-se, hoje, num acampamento cigano. A fogueira está acesa; a música, a dança, são alegrias nos invadindo. Um tapete grande e colorido é a nossa mesa; em cima dele estão o vinho, o pão, os assados, os quibes, as frutas e os doces que são servidos à vontade.
As ciganas são mulheres de longos cabelos cor de azeviche, derramados pelas costas, e roupas de cores vivas. Os pés descalços parecem lhes permitir saborear o contato com o solo. Os ciganos são vigorosos, com grande sensibilidade e desejo de liberdade total. Seriam capazes de penetrar céu a dentro sempre que lhes aprouvesse deleitar-se com as estrelas à noite. Os ciganos são nômades, sonho de todos os homens num período de suas vidas."
Trecho do livro Mistérios do Povo Cigano - Autores: Ana da Cigana Natasha e Edileuza da Cigana Nazira. Editora: Pallas




A Origem do Povo Cigano

Quando se estuda a origem de um povo, sua formação e desenvolvimento como estrutura social, religiosa, econômica, este estudo se baseia fundamentalmente em documentos ou registros escritos, que ao lado de outros elementos como ruínas da arquitetura da época, pinturas, armas, túmulos, recintos que sugerem ter sido usados como sacros, objetos os mais diversos, especialmente de uso doméstico, recompõem toda a narrativa histórica de um conjunto de indivíduos que habitam a mesma região, ficando subordinados às mesmas leis e partilhando dos mesmos hábitos e costumes. A mais importante fonte de referência, é a narrativa escrita, encontrada em papéis (pergaminhos, papiros, folhas de papel de arroz), documentos, livros, poemas, mapas, inscrições em lugares santos, ou outros locais de devoção considerados sagrados, onde são encontradas marcas de rituais e altares de oferendas aos deuses.

Como o Povo Cigano, não tem até os dias atuais, uma linguagem escrita, fica quase impossível definir sua verdadeira origem. Portanto, tudo o que se disser sobre a origem do Povo Cigano, será baseado em conjecturas, similaridades ou suposições.

A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na civilização da Índia antiga, num tempo que também se supõe, como muito antigo, talvez dois ou três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e falado na Índia (um dos mais antigos idiomas do mundo), com o idioma falado pelos ciganos e encontraram um sem-número de palavras com o mesmo significado.

Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçada, como a tez morena comum aos hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e coloridas, e princípios religiosos como a crença na reencarnação e na existência de um Deus Pai e Absoluto.

Tanto para os hindus como para os ciganos, a religiosidade é muito forte e norteia muito de seu comportamento, impondo normas e fundamentos importantes, que devem ser respeitados e obedecidos.

Outro fato que chama a atenção para a provável origem indiana do povo cigano, é a santa por quem nutrem o mais devotado amor e respeito, chamada Santa Sara Kali.

Kali é venerada pelo povo hindu como uma deusa, que consideram como a Mãe Universal, a Alma Mater, a Sombra da Morte. Sua pele é negra tal como Shiva, uma das pessoas da Trindade Divina para os indianos (Braman, Vishu e Shiva).

Para os ciganos, Sara, santa venerada, possui a pele negra, daí ser conhecida como Sara Kali, a negra. Ela distribui bênçãos ao povo, patrocina a família, os acampamentos, os alimentos e também tem força destruidora, aniquilando os poderes negativos e os malefícios que possam assolar a nação cigana.

Alguns estudiosos acham a tradução de Kali como a negra não correta, escrevendo inclusive Kali com C (Cali) e não com K e preferem Sara, a cigana, fato que de certa forma pode expressar o preconceito racial (a verdadeira Santa Sara, tinha a pele negra), uma vez que no povo cigano não há negros, ou sob outro ângulo, desconhecimento de todo o aparato místico e de poder que envolve a deusa Kali dos

Oração a Santa Sara

A cigana tem mistério, pois, pois o futuro, tudo entende. Na lua cheia tem sua magia; em seus cristais está sua energia; seu incenso é sabedoria; sua dança é alegria; com suas fitas coloridas tem fama de andarilha. O fogo revela o futuro, o poder, a força da natureza. A violeta é seu perfume. Santa sara é sua padroeira.

"Santa Sara, pelas forças das águas, Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza.
Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da Lua Cheia, pedimos à senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos critais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar.
A Tsara é o descanço do dia-a-dia, a Tsara é a nossa tenda. Santa Sara me abençoe; Santa Sara me acompanhe. Santa Sara ilumine minha Tsara, para que as pessoas que batem à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de carinho. Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu seja sempre a mesma pessoa humilde."
BEL KARRANO
DEUS-CÉU

O IDIOMA

Uma das maneiras de os ciganos se manterem unidos, vivos, com suas tradições preservadas é o idioma universalmente falado por eles, o romani ou rumanez, que é uma linguagem própria e exclusiva.

É expressamente proibido ensinar o romani para os não-ciganos; e os ciganos fieis às tradições, que prezam sua origem, seus irmãos de raça, que são verdadeiros ciganos, sabem disto. Portanto, quando alguém que se diz cigano quiser ensinar o romani, geralmente às custas de dinheiro, ou então passar segredos e as íntimas particularidades da vida cigana é bom ter cuidado, pois com certeza, ele ou ela não é um autêntico cigano, obediente aos preceitos e princípios de seu povo. Ele poderá ser até cigano de origem, mas não será mais um cigano de alma e coração capaz de manter a honradez de seus antepassados e contemporâneos autênticos.

Uma boa definição da alma cigana:

A Cigana de Vermelho

Ela é uma cigana de vestido rodado. Parece jovem quando o olhar passeia vago sem deter-se em detalhes. Parece alegre, parece rir meio de tudo e de chorar quando as coisas não tem a menor importância. Quando as coisas são grandes e querem provocar melancolia, ela dança, porque o corpo concentrado e largado no ritmo exorciza as dores - pelo menos foi o que me disse. Nem pensei em duvidar.

Conversamos sobre muitas coisas sempre que eu tenho tempo para uma visita. Dentre as coisas que gosta, além da música que é sua alma, estão os cremes, perfumes e rendados xales que ela possa carregar. Nada com peso. E quando conta isso, me olha desdenhosa e francamente como a me dizer que preciso aprender a viver sem os pesos que carrego.

Ela também me disse que sua cor favorita é vermelha. Perguntei se não é um pouco vulgar depois de uma certa idade - ela tem aquele semblante indecifrável de quem tem muitos anos. Mas ela riu - aquele riso sem juízo de quem ainda é criança: vermelho só é vulgar se ele não faz parte de você, se ele não te define, senão é como uma segunda pele, me respondeu. Não ousei contestar.

Eu a vi dançando, rodando as saias (imaginei que eram sete) do vestido, olhar penetrante, atirando a cabeça prá trás desafiando uma platéia imaginária. Nessa tarde fria e opaca, a sensualidade cigana que habita essa mulher iluminou o dia, e a sensação de calor tomou conta da sala que pegamos emprestada para nosso encontro marcado. Ela se transformava enquanto girava e parecia ainda mais livre. Como se isso fosse possível.

Ela me disse que mora na rua, assim mesmo, sem eira nem beira, porque paredes e tetos são prisões dissimuladas. Que muda de lá prá cá e de cá prá lá porque arrancar raízes é dolorido na hora de partir e "as partidas, você sabe, são inevitáveis", confidenciou quase num sussurro. Que tem medo do amor porque ele aprisiona mais que as paredes e os tetos e liberta mais do que as ruas - e quem pode viver num inferno desses - perguntou. Mas não esperou pela minha resposta e foi logo dizendo que não tem um nome porque, se fosse assim, seria uma e ela sabe que é um pouco de cada mulher e que cada mulher aspira um pouco dela.

Chamo-a de cigana, simplesmente, e ela, naturalmente, responde. Um dia pedi que lesse minha mão. Ela se ofendeu. Com que covardia eu esperava que ela tivesse as respostas para minhas perguntas? Com que comodidade eu queria que ela me dissesse que tudo estava definido, determinado e que o destino era um deus?

Tem uma agressividade nela que me instiga a conhecê-la melhor ao mesmo tempo que ela destila suavidade. Perguntei de onde ela vinha, já que dava a entender que nem sempre sabia para onde ia. E quando ela me respondeu "Madrid", percebi que não era só uma cigana.

Ainda que sem endereço, sem rumo e sem nome, ela é espanhola, flamenca e castanholas.

COMO MONTAR UM ALTAR DE UMBANDA

AS DIVERSAS MANEIRAS DE MONTAR UM ALTAR DE UMBANDA
É o lugar onde são colocadas as Imagens, assentamentos, ferramentas, pedras e minerais dos Orixás e falanges. É ele o centro da imantação de um templo, pois é dali que emanam todas as Vibrações através de seus imãs.
A parte onde são colocados os imãs é fechada, pois eles não podem ficar a mostra. Tocar nos imãs ou assentamentos só é permitido ao Babá, pois a ele pertence e somente no caso de algum problema com ele poderão ser tocados pela Mãe ou Pai pequeno.
Os assentamentos do Congá têm que ser limpos periodicamente. Os filhos de santo da casa têm obrigação de saldar este altar antes de começar o ritual e no seu término. Aos visitantes e consulentes a saudação só pode ser feita caso lhes tenha sido dada autorização.
Das extremidades do altar é que partem as vibrações para a corrente mediúnica.
SOBRE O CONGÁAo chegarmos em um Templo de Umbanda, lugar sagrado onde a Espiritualidade se manifesta para bem e fielmente cumprir o que lhe é designado pelo Pai Maior (Tupã, Zambi, Olorum, Deus), via de regra observamos na posição frontal posterior do salão de trabalhos mediúnico-espirituais um ou mais objetos litúrgicos (cruz, imagens, símbolos, velas etc.), dispostos de modo bem visível e que despertam a atenção dos que ali se fazem presentes.
A este espaço especificamente destinado a recepcionar um conjunto de peças litúrgico magísticas, afixadas sobre certas bases, na Umbanda nomeamos de Conga (Jacutá - Altar- Pegi).
Um grande número de pessoas pertencentes a outros segmentos religiosos ou seitas, não conhecendo os fundamentos através dos quais a Umbanda se movimenta, o definem como sendo um local de idolatria e fetiches desnecessários. Já uma parte da coletividade Umbandista, mais preocupada com a forma de apresentação do que com a essência, também não têm noção do quão importante é o Conga para as atividades do Terreiro, notadamente em seus aspectos Esotéricos e Exotéricos.
Não queremos dizer com a citação de tais palavras que exista Umbanda Exotérica e Umbanda Esotérica. Umbanda é Umbanda e só, sem os designativos que infelizmente estamos acostumados a ouvir, produto da vaidade e do modismo de alguns. O que existem sim é exoterismo e esoterismo dentro da ritualística umbandista, e isto são notórios para aqueles que observam com atenção os trabalhos de terreiro.
Feitas estas considerações preliminares, comecemos por esclarecer que, embora os dois termos retrocitados (Exotérico - Esotérico) sejam pronunciadas da mesma forma (homofonia - mesma sonorização), ambas possuem significados apostos, diferentes.
Diz-se Esotérico (Eso = Interno, velado, oculto) a todo o objeto, fato, ato, informação ou procedimento, cuja significação somente é acessível a uma plêiade de pessoas, que por outorga espiritual e/ou sacerdotal alcançaram tal conhecimento.
Sua publicidade é velada, pelo menos a priori.
Conceitua-se Exotérico (Exo = Externo, aberto) a todo o objeto, fato, ato, informação ou procedimento, cuja significação é de conhecimento geral, alcançando a todos, de forma ostensiva, pública, vale dizer, sem nenhuma restrição quanto a sua razão de ser.
A nível Exotérico, o Congá funciona como ponto de referência ou lugar de intermediação ou fixação psíquica, para o qual são direcionadas ondas mentais na forma de preces, rogativas, agradecimentos, meditações etc.
É sabido que as instituições umbandistas recebem pessoas dos mais diferentes degraus evolucionais, umas dispensando instrumentos materiais para elevarem seus pensamentos ao plano invisível, e outras tantas, a maioria, necessitando de elos tangíveis de ligação para concentração, afloramento, e direcionamento do teor mental das mesmas.
No quesito Sugestibilidade, o Conga, por sua arrumação, beleza, luminosidade, vibração etc., estimula médiuns e assistentes a elevarem seu padrão vibratório e a serem envolvidas por feixes cristalinos de paz, amor, caridade e fraternidade, emanados pela Espiritualidade Superior atuante.
Também é através do Conga que muitas pessoas que adentram pela primeira vez em um templo umbandista conseguem identificar de pronto quais forças que coordenam os trabalhos realizados. Para os não-umbandistas, como é saudável e balsâmico visualizar uma imagem representativa de Jesus, posicionada em destaque, como que os convidando a fazerem parte desta grande obra de caridade que é a Umbanda.
Sim amigos leitores, a Umbanda é uma religião inteligentemente estruturada pela Divina Espiritualidade.
Enquanto algumas religiões vaidosamente insistem em ficar em seus pedestais, fazendo apologias e proselitismos em causa própria, ora se intitulando como sendo o consolador prometido, ora como a única igreja de Deus, sem se importarem com os diferentes níveis de consciências encarnadas, a Umbanda, assim como Jesus, se integra as multidões, acolhendo a todos, sem distinção alguma, sem catequizar ou bitolar doutrinariamente ninguém. Religião é isto: é atender a todas as classes sociais, econômicas, religiosas, étnicas e consciências, atingindo-as, amparando-as e respeitando as diversas faixas espírito-evolutivo.
Passemos a falar do aspecto Esotérico do Congá. E o faremos de maneira parcial, uma vez que não é nossa finalidade “pescar” para ninguém, mas tão somente estimular o estudo e uma maior habitualidade de raciocínio no que diz respeito a temas de fundamento dentro da Umbanda, a fim de termos médiuns mais bem preparados e aptos a dignificarem nossa sagrada religião.
Imaginem uma Usina de Força. Assim ‘e o Templo Umbandista. Agora imaginem esta usina com três ou mais núcleos de força, cada qual com uma ou mais funções neste espaço de caridade.
Pois bem, o Conga é um deste núcleos de força, em atividade constante, agindo como centro Atrator, condensador, Escoador, Expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.
‘E Atrator porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.
É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicoesfera dos presentes.
É Escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio) comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético.
É Expansor, pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e asistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.
É Transformador no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade.
É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do terreiro a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do Congá (Núcleo de Força).
Não, irmãos umbandistas, o Congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Congá dentro dos Templos Umbandistas sérios tem fundamento, tem sua razão de ser, pois que pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão dos mentores de Aruanda.

LINHAS DE UMBANDA

Umbanda, Unicamente Umbanda
É voz corrente se ouvir dizer Umbanda Limpa ou Branca, Umbanda Traçada, Umbanda Esotérica, Kardecista, Iniciática, Umbanda no Angola, Umbanda no Jeje, Umbanda no Mina, Umbanda no Nagô e outras tantas classificações desse quilate, que nos põe a cada momento estupefatos, dado à variedade de designações para esse "movimento mágico religioso", produzido pela imaginação febril e tacanha onde medram os mais desprezíveis e delirantes pensamentos sobre a nossa Umbanda.
Umbanda é coisa séria, para gente séria. Umbanda sendo a única religião criada no Brasil, não pode ser dividida. A nossa religião deve ser trada com carinho, amor, seriedade e estudo, sobretudo com renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.
A Umbanda se sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte dos Terreiros onde se vê mais "animismo" do que "mediunismo"; mais interesses cúpidos do que magias; mais deslealdade do que autenticidade; mais personalismo do que espiritualismo. A Umbanda que está aí, não espelha sua verdadeira magnitude. São arremedos, nuances, propósitos, insultos, fantasias, infantilismos e graças ao nosso Deus Supremo (Zâmbi), em raros Terreiros, uma quase genuína manifestação do que seja a Umbanda, unicamente Umbanda.
O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda.
"Não cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da natureza".
Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é produto de evolução espiritual ou religiosa.
Origem
Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se às práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.
A raiz mais antiga do registro do vocábulo Umbanda encontra-se nos UPANISHADS, textos sagrados da Índia.
É comum ouvir dizer que a Umbanda foi trazida ao Brasil pelos escravos, entretanto devemos considerar que a Umbanda surgiu sobre o amálgama das crenças negras e nativas com o cristianismo.
Segundo, Matta e Silva, "toda essa complexa mistura, que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas ... era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.
O Que é a Umbanda
Não é uma ramificação do catolicismo, muito menos do candomblé.
A influência Africana desempenhou papel relevante na formação da Umbanda, da qual se constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe, como contribuição primordial, Os Orixás. Em sua prática, a Umbanda aproxima-se mais da origem nativa. Na estrutura, porém prevaleceu a influência Africana (nomes, rituais e costumes)
A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Judaísmo, o Exoterismo, etc..., o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhes dão características próprias.
Tem a Umbanda seus Sacerdotes, com seus graus iniciáticos, como Tatás (com mais de 30 anos), Babalorixás (homens) e Yalorixás (mulheres), podendo realizar Batizados, Casamentos e outras cerimônias dentro de seus cultos.
Se religião é todo culto que contém seu cortejo de Divindades, ou melhor, chamado de Teologia (relação entre os deuses e os homens), o seu cerimonial ou Liturgia (fórmulas consagradas de orações) e seus praticantes ou sua classificação hierárquica, Umbanda é Religião. Podendo ser enquadrada em outro sentido, como pr exemplo: Crença Mista, pelo fato de que a Umbanda nada mais é do que uma mistura de várias religiões, tendo fundamento básico na Crença dos Espíritos.
Surgimento da Umbanda
Esta religião brasileira, surgiu em 15 de novembro de 1908 com o médium Zélio Fernandino de Moraes que tinha 17 anos de idade. O Patrono foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Ordenado pelo astral superior, feita pela manifestação de espirítos que se apresentavam como Caboclos (índios nativos de nossa terra) e os Pretos Velhos (velhos africanos que haviam servidos como escravo) que não encontravam campo de ação nos remanescentes Cultos Negros, já deturpados, confusos e desordenados e dirigidos quase que exclusivamente para trabalhos do mal.
A Lei principal da Umbanda é resumida numa só palavra CARIDADE: no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambiciosos, vaiodos, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.
As normas da Umbanda são:
Sessões - assim se chamariam os períodos de trabalhos espirituais;
Vestes - os participantes estariam uniformizados de branco;
Sacrifícios - o sacrifício de aves e animais é totalmente alheio a Umbanda;
Fundamento Básico - é a crença ou culto aos espíritos evoluídos;
Atendimento - gratuito.
A origem da palavra Umbanda é oriunda do Sânscrito (a mais antiga língua da Terra _ raiz mestra dos demais idiomas existentes no mundo), que se pode traduzir por "DEUS AO NOSSO LADO" ou "O LADO DE DEUS". Um outro significado é UM _ DEUS (único) e BANDA _ POVO DA TERRA. A Umbanda não invoca os espíritos dos desencarnados sem luz.
Na Umbanda são trazidos, e não invocados, os espíritos dos desencarnados, através dos espíritos das Linhas (Caboclos e Pretos Velhos), a fim de conscientizá-los de que deixaram o mundo material, e portanto, deverão deixar de se ligar a tudo que é material.
A Umbanda fundamenta-se nos seguintes princípios: É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de qualquer classe ou ordem, encarnados (Alma) ou desencarnados(Espírito, prpriamente dito).
Em Essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos.
1. Na existencia de Deus Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários nomes (ZÂMBI);
2. Na crença de um "Orixá Maior", denominado de Oxalá;
3. Na crença de Entidades Espirituais em Plano Superior _ Os Orixás ou Santos, chefiando falanges;
4. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos Velhos);
5. Na existência do Espírito, sobrevivendo ao homem, em caminho de evolução, buscando o aperfeiçoamento (Exus);
6. Na crença da Reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito;
7. Na prática da Mediunidade, sob as mais variadas apresentações;
8. Na afirmação de que as Religiões constituem diversos caminhos de evolução espiritual, que conduzem a Deus;
9. Na prática da Caridade Material e Espiritual;
10. Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos;
11. Na crença de que o Homem vive num Campo de Vibrações, que condicionam sua vida para o bem ou para o mal, conforme sua própria tônica vibratória.
As Setes Linhas Da Umbanda
1ª Linha - Linha de Oxalá

Esta Linha representa a força máxima da Umbanda, de onde provêm o êxito de todos os trabalhos. É composta de diferentes espíritos de diferentes raças da Terra, não somente brancos e negros, entre eles os espíritos de pretos velhos, padres e freiras, culas almas purificadas atingiram a perfeição.
·         Legião de Santo Antônio
·         Legião de São Cosme e São Damião
·         Legião de Santa Catarina
·         Legião de São Expedito
·         Legião de Santa Rita de Cássia
·         Legião de São Francisco de Assis (Semiromba-frade)
·         Legião de São Benedito ou Benzet
2ª Linha - Linha de Iemanjá

Dirigida por Iemanjá, também chamada carinhosamente de "Dona das Águas", "Rainha do Mar" e outros nomes. Tem a proteção de Oxum, dona dos lagos e cachoeiras, dos rios, da fecundação e do amor, bem como da Nanã, atuando nas águas das chuvas, realizando a limpeza da atmosfera, purificando as camadas aéreas para que tenhamos no solo, na terra, condições de vida. Composta também de espíritos de diferentes raças, de caboclos, Pretos Velhos e Exus.
·         Legião das Sereias, sob a proteção de Oxum
·         Legião das Ondinas, sob a direção de Nanã
·         Legião das Caboclas do Mar, sob a orientação de Indaiá
·         Legião das Caboclas dos Rios, sob a chefia de Iara (Entidade dos Rios)
·         Legião da Estrela Guia, sob a direção de Santa Maria Madalena
·         Legião dos Marinheiros, sob a chefia de Tarimá
·         Legião dos Calungas, dirigida poe Exu Calunga ou Calunguinha
3ª Linha - Linha de Omulu (Obaluayê)
Esta Linha Linha é dirigida por Omulu (Obaluayê), que detem o poder sobre os corpos vivos ou mortos. Senhor da morte, tem seu trono assentado no Cruzeiro dos cemitérios. Esta Linha é cosntituída de espíritos de médicos e cientistas, Caboclos, Pretos Velhos, Exus e Médiuns Curadores
·         Legião de José de Arimatéia, integrada pelas Falanges de Médicos e Cientistas
·         Legião de São Cipriano, integrada pelas Falanges de magias
·         Legião de Caboclos, integradas por Falanges de Caboclos oriundos de todas as raças
·         Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de Preto Velhos oriundos de todas as raças
·         Legião dos Povos Orientais, constituídas por Falanges de espíritos evoluídos de todo o Oriente
·         Legião dos Médiuns Curadores, intregrada por médiuns cuja mediunidade é curadora, aqueles que são magnetizadores, são mais ou menos aptos a curar através das mãos
·         Legião de Exu Curadô, constituída de falanges de Exus sob o comando de Exu Curadô (MARAMAEL)
4ª Linha - Linha de Ogum
Esta Linha, dirigida por Ogum (São Jorge), "Orixá da Guerra", cujas Legiões são chefiadas por guerreiros de diversas raças, constituídas de Caboclos, Preto Velhos e Exus, invoca as demandas espirituais.
·         Legião de Ogum Beira-mar, aliada ao povo do mar
·         Legião de Ogum Malei, aliada à Linha de Malei (Povo de Exu)
·         Legião de Ogum Megê, aliada ao povo Megê (negros africanos)
·         Legião de Ogum Naruê, aliada ao povo Naruê (escravos de várias raças)
·         Legião de Ogum Nagô, aliado ao povo de ganga (Linha de Nagô)
·         Legião de Ogum Iara, aliada ao povo dos rios (Caboclos)
·         Legião de Ogum Rompe-Mato, aliada a Oxossi e seu povo da mata
5ª Linha - Linha de Oxossi
Esta Linha é chefiada por Oxossi, "Orixá das Matas", "Orixá da Fartura" constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores utilizando o processo de "Passes" e praticando a cura através das ervas, aplicadas por caboclos, com o auxílio dos exus das matas.
·         Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas (ou Caboclo das 7 Matas), que dirige as Falanges dos povos das florestas, tais como os espíritos das tribos Aimorés, Tupi, Tupiniquins e etc...
·         Legião de Araribóia, chefiada pelo Cacique Araribóia
·         Legião de Urubatão, chefiada pelo Caboclo Urubatão
·         Legião da Cabocla Jurema, chefiada pela Cabocla Jurema
·         Legião dos Tamoios, chefiado por Grajaúna
·         Legião dos Guaranis, chefiada por Araúna
·         Legião dos Peles-Vermelhas, chefiados por Águia Branca, integrando as Falanges de índios Chippeway, Sioux e etc...
6ª Linha - Linha de Xangô

Esta Linha dirigida por Xangô, "Orixá do Fogo" sob a orientação de São Jerônimo, também denominado Orixá da Justiça, impõe a justiça, dando castigo a quem merecer. É a Linha na qual aqueles que foram humilhados, serão elevados espiritualmente, os que castigaram, serão castigados e os que se enalteceram, serão rebaixados.
·         Legião de Iansã, chefiada por Santa Bárbara
·         Legião do Caboclo Ventania (ou dos Ventos)
·         Legião do Caboclo das Cachoeiras
·         Legião do Caboclo Sete Montanhas
·         Legião do Caboclo Pedra Branca
·         Legião do Caboclo Cobra-Coral
·         Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de todas as raças e dos povos de Quenquelê
7ª Linha - Linha das Almas
Dirigida por Dom Miguel, que no sincretismo católico corresponde ao Arcanjo São Miguel, integrada por Omulu (Obaluayê)
·         Legião de Pai Cambinda, integrado pelas Falanges do Povo da Costa
·         Legião de Pai José D'Angola, integrado pelas Falanges do Povo D'Angola
·         Legião de Pai Congo (ou Rei Congo), integrada pelas Falanges do Povo do Congo
·         Legião de Pai Jerônimo, integrada pelas Falanges do Povo da Moçambique
·         Legião de Pai Francisco, integrada pelas Falanges do Povo da Loanda
·         Legião de Pai Benguela, integrada pelas Falanges do Povo de Benguela
·         Legião de Pai Guiné, integrada pelas Falanges do Povo de Guiné


Resumo das 7 Linhas de Umbanda
·         1ª Linha de Oxalá - que representa a paz, a tranquilidade
·         2ª Linha de Iemanjá - que representa a procriação
·         3ª Linha de Omulu (Obaluayê) - que representa a saúde
·         4ª Linha de Ogum - que representa a luta, a demanda
·         5ª Linha de Oxossi - que representa o trabalho, a fartura
·         6ª Linha de Xangô - que representa a justiça
·        7ª Linha das Almas - que representa a humildade, a bondade

RELATOS VERDADEIROS DE UMBANDA



ERVAS DE UMBANDA

Na Umbanda, utiliza-se Litúrgica e Ritualisticamente, as ervas de nossa flora, para amacís, imantações, banhos de descarga, etc... As plantas dos Orixás se dividem em 3 grupos primordiais, à saber:

POSITIVAS
, NEGATIVAS e NEUTRAS. As plantas Positivas, Neutras e Negativas, são assim catalogadas, conforme a fase lunar da colheita.
Positivas - deverão ser colhidas na fase crescente ou cheia
Neutras - deverão ser colhidas na fase nova
Negativas - deverão ser colhidas na fase minguante
Entretanto a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas:
Vibração de quem vai usá-la
Vibração das demais ervas utilizadas
Vibração da intenção com que serão usadas
POSITIVAS: São ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.


NEUTRAS: São todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.

NEGATIVAS: São ervas usadas explicitamente para negativar.
A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva, a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o, 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas da 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.
As ervas devem ser usadas de três formas diferentes:
Para efeito medicinal
Para efeito Litúrgico
Para efeito Ritualístico
A) Para efeito medicinal, as ervas podem ser usadas como:
Como tratamento preventivo
Como tratamento normal da doença
Como abortivo rápido e definitivo da referida doença
I) Para uso preventivo, as plantas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Para uso no tratamento normal da doença, as plantas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para uso como abortivo, as plantas devem ser colhidas sempre no 6o e 7o dias da lunação respectiva.

B) Para efeito litúrgico, as ervas podem ser usadas como:
·         Como imã, para atrair as vibrações do Orixá desejado.
·         Como neutralizante entre duas forças ou Orixás.
·         Como ação repulsiva ao Orixá não desejado.
I) Como imã, as ervas devem ser colhidas nos 1o, 2o e 3o dias da lunação respectiva.
II) Como neutralizante, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para efeito repulsivo, as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.

C) Para efeito ritualístico, as ervas podem ser usadas como:
Como afirmação ou concordância de efeito Litúrgico.
Como equilíbrio entre as forças vibratórias implantadas durante a ação litúrgica.
Como discordância com as forças imantadas.
Entende-se por força imantada, toda a vibração atuante no Ser, mesmo que seja à revelia do mesmo.


I) Como confirmação, as ervas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Como equilíbrio, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectivo.
III) Como discordância (descarga), as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.

RELAÇÃO DAS ERVAS POR ORIXÁS


LINHA DE OXALÁ: Arruda, arnica, laranja-da-terra (folhas), hortelã, poejo, girassol, vassoura-branca, erva-de-oxalá, erva-cidreira, alecrim-do-campo, levante, alecrim miúdo, bambu (folhas), erva-quaresma.


LINHA DAS SENHORAS: Lágrimas-de-Nossa-Senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas), pariparoba, orirí-de-Oxum, erva-de-Santa-Luzia, espada-de-Santa-Bárbara, trevo (folhas), quina roxa, abóbora-d'anta, vitória-régia, açucena, erva-de-Santa-Bárbara, malva-rosa, suma-roxa.

LINHA DE IBEJI: Amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas), capim-pé-de-galinha, arranha-gato.

LINHA DE XANGÔ: Limoeiro (folhas), erva-lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-São-João, abre-caminho, quebra-mandinga, erva-de-Xangô, quebra-pedra, ruibarbo, louro, aperta-ruã, maria-nera, erva-moira, maria-preta, erva-de-bicho.

LINHA DE OGUM: Comigo-ninguém-pode, espada-de-ogum, lança-de-Ogum, flecha-de-Ogum, cinco-folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho.

LINHA DE OXÓSSI: Picão-do-mato, cipó-caboclo, barba-de-milho, mil-folhas, funcho, fava-de-quebranto, gervão-roxo, tamarindo (folhas), alecrim-do-mato, boldo, malvarisco, sete-sangrias, unha-de-vaca, azedinha, chapéu-de-couro, grama-barbante.

LINHA DAS ALMAS: Café (grão), guiné (erva-pipi), arruda (folhas), cambará, sete-folhas, aroeira (folhas), erva-grossa, vassoura-preta, cravo-de-defunto, mal com tudo, cipó-cabeludo.